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Winston Bar Lisboa

até houve tios a trazerem pepinos para o Gin tônico.”

Os projectos começam por ideias, as ideias surgem de pessoas, eram duas pessoas, dois rapazes, dois melhores amigos numa varanda com vista por Lisboa, um falou o outro respondeu, combinaram, um plano, algo diferente, ter um bar, oferecer um espaço, sítio agradável, não muito caro, comida boa, malta fixe, mas que de para ver o futebol exigiu um, e que apoie a cultura exclamou o outro. Eram só dois, dois só não da, muitas dívidas, muito trabalho, pouco dinheiro, lixado gerir o horário, veio um outro que vale por muitos, conhece muita malta e trabalha por gosto, os três arrancaram e começaram o bar, mas como bons portugueses jantaram primeiro, comeram muito e acabaram com um pastel de nata, não olharam a despesas e acabaram a pagar com Visa no largo de São Carlos.

O dinheiro encurtou, as ideias aumentaram, o espaço era maior, as almas também, e percebeu se que tinha que vir mais um. Eram três homens de direito sem saber quem chamar, um deles lembrou se no primo, um rapaz de encantar, mais ou menos quer dizer, não chateia e esta sempre pronto a ajudar, o francês la veio, o fácil foi voar, o avião são duas horas e meia mas a decisão de vir dura mais tempo, mesmo assim ele lá chegou, como bons portugueses comeram de novo, encheram-se de pizas e puseram mãos à obra, literalmente mãos a obra, todos foram empreiteiros, fizeram o chão de cimento do Páteo, e o chão da entrada também, envernizaram mesas e pintaram paredes, foram ao Leroy, compraram sacos de cimento, tiraram fotografias e mandaram aos pais “pagaram anos de colégio para isto”, acabaram se as obras e o espaço estava pronto faltava dar as pessoas o que elas mais querem, treinaram cocktails, umas tardes de bebedeira, fizeram tostas até rebentarem as barrigas, escreveram numa carta e enviaram para o Gil, veio o resultado que se serve as mesas todos os dias.

Mas faltava um nome, para distinguir o local, que fizesse sentido para eles e que tivesse significado, pensaram, pensaram e voltaram a pensar, algumas ideias, boas ideias, mas ideias, um estava a ler a biografia do Winston Churchill, e disse, este Winston é um senhor porreiro, quão porreiro? Porreiro porque? O homem pintava, era poeta, escrevia e ainda foi um dos maiores estratégias militares e políticos do século XXI, versátil, com classe, espirito de garra. Bom nome, qual nome? Winston.
Tiveram ajuda, muita ajuda, toda era pouca e foi essencial, a Rita deu móveis, os pais também, a Sara ajudou a pintar, o avô montou mesas, a avó ajudou a forrar cadeirões, os amigos iam dando apoio e na noite de inauguração até houve tios a trazerem pepinos para o Gin tônico. Ficaram duas coisas que estes quatro rapazes nunca se irão esquecer, que o Winston Bar Lisboa é um espaço feito por todos e que a melhor coisa que temos na vida, são os outros.


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