No século XI, monges italianos foram sobrecarregados, para além das suas rígidas actividades escolásticas, com incontáveis moribundos que sucumbiam à Peste Negra. Como muitas das fontes de água que lhes estavam à disposição haviam sido contaminadas, arranjaram uma solução para os doentes recorrendo a bagas de zimbro e à fermentação alcoólica, acabando por produzir o primeiro gin da história.
Naturalmente que essa bebida não curava propriamente, mas servia como um eficaz paliativo e era uma boa alternativa à água impotável. Apenas no século XVII, muito provavelmente na Holanda, surgiu o verdadeiro gin, resultante da destilação de zimbro, o qual seria muito próximo dos gins que conhecemos actualmente.
No decorrer da sua história secular, esta bebida espalhou-se pelos EUA, pelo continente africano e pela Índia, no tempo das colónias britânicas.
Associado, nessa altura, à crise da malária, estava a água tónica que tanto ajudou a combater a doença devido às suas propriedades medicinais. Tendo as duas bebidas em conta, os colonos de então, por ousadia ou acaso, concluíram que a junção de gin com água tónica originava um equilíbrio nunca antes conseguido e, por isso, nasceu assim o gin tónico, uma das mais agradáveis e famigeradas bebidas à face do mundo civilizado.
Ora, neste que é o Dia Nacional do Gin Tónico, recomendo, porque assim o vou fazer também, a sorverem com atenção um “balão” de Jodhpur, oferecido-me hoje pelo meu avô materno, um gin de estilo “London Dry” de aromas exóticos e sabores florais. No copo, acompanhem-no com gelo, casca de laranja, framboesas e água tónica. Na mesa, bebam-no na companhia de uma fatia do meu Bolo de Laranja.
Receita:
– 2 chávenas com farinha;
– 2 chávenas com açúcar;
– 1 colher de sobremesa com fermento;
– 2 laranjas grandes (ou três pequenas);
– 6 ovos biológicos;
– 1 chávena com óleo vegetal;
– 1 copo de shot com gin.
Misturando os ingredientes secos, os três primeiros da lista acima, num recipiente redondo, reservem-nos. Numa liquidificadora, ou com uma varinha mágica, triturem as duas laranjas, sem casca e com o mínimo de “pele” branca possível, mas com a raspa de uma, os ovos e o óleo.
Quando obtiverem uma solução homogénea e cremosa, juntem-na aos ingredientes secos e misturem-nos com vigor. Estando a massa bem batida, adicionem o gin e voltem a misturar.
Numa forma previamente untada com manteiga e farinha, levem o bolo primordial a um forno a 175ºC durante, aproximadamente, quarenta e cinco minutos.
Retirem o Bolo de Laranja, deixem-no descansar e, quando estiver à temperatura ambiente, acompanhem o vosso honesto gin com uma ou mais fatias.
Estão todos convidados a fazê-lo!
Agora, peguem nos copos e brindem à vida: Gin gin!
Fonte: cafe de saco
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