Destilaria de gin mais antiga do Reino Unido mantém receita secular da bebida.

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O prédio da destilaria do Plymouth Gin data do século 15 e foi usado como um monastério pelos monges “black friars” – ou “frades negros”, uma alusão aos robes escuros que usavam. Foto: Plymouth Gin

Ele tem origem na Holanda do século 17 e se tornou famoso na Inglaterra no mesmo período. Usado para acalmar os soldados britânicos durante a Guerra dos Trinta Anos (uma série de conflitos entre países europeus que durou de 1618 a 1648)  e até para curar dor de estômago, o gim experimenta, desde 2010, um forte renascimento impulsionado principalmente pelo crescimento da cena coqueteleira no mundo.

O sucesso pode ser medido em números: de acordo com a Wine and Spirit Trade Association, que representa diversas companhias de vinhos e destilados no Reino Unido, apenas nos últimos cinco anos, as vendas de gim tiveram um crescimento de 20% ao ano. O número de destilarias dobrou no país, gerando um valor estimado em 1 bilhão de libras em vendas.

Esse “Renascimento do Gim” (“ginaissance”, em inglês) inspirou a especialista em drinques Emma Stokes, autora do blog Gin Monkey, a transformar o amor pela bebida em uma data festiva. Nascia, assim, em 2013, o primeiro World Gin Day, que atualmente é celebrado no mundo todo – incluindo no Brasil – sempre no segundo sábado de junho.

Produzido a partir de uma fruta chamada zimbro (“juniper”, em inglês), o gim leva ainda uma mistura de outros ingredientes botânicos, como casca de laranja, coentro e cardamomo. A receita e a dosagem de cada um dos ingredientes, no entanto, é único para cada marca – e, por isso mesmo, guardado a sete chav

es por elas.

A fórmula secreta, muitas vezes, é repassada ao longo dos séculos e seguida à risca até os dias atuais. É o caso, por exemplo, do Plymouth Gin, que teve sua receita criada em 1793 e é considerado um dos melhores e mais versáteis gins do mundo.

Localizada na cidade de Plymouth, ao sul da Inglaterra, a destilaria do rótulo é considerada a mais antiga do Reino Unido ainda em funcionamento. O prédio histórico, inclusive, data do século 15 e foi usado como um monastério pelos monges dominicanos conhecidos como “black friars” – ou “frades negros”, uma alusão aos robes escuros que estes utilizavam.

Processo artesanal. De acordo com Karen Ehrlich, diretora global da marca Pernod Ricard, que detém os direitos do rótulo Plymouth Gin, a bebida conta com sete ingredientes botânicos básicos: zimbro, sementes de coentro, casca de laranja, casca de limão, cardamomo verde, raiz de orris (também conhecido como lírio fiorentino) e raiz de angélica.

Como no passado, o processo permanece o mais artesanal possível. Os botânicos são colhidos de forma manual e, depois, selecionados pessoalmente pelo mestre destilador (ou “master distiller”), como é chamado o responsável por manter o blend da bebida sempre dentro do padrão de qualidade. “Apenas o mestre e mais dois ajudantes conhecem a receita do Plymouth Gin”, explica Karen. “Cada lote da produção só é aprovado quando dois dos três responsáveis aprovam”, conta.

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